Pense comigo: quantas pessoas na sua empresa podem ser chamados de ENGAJADOS?
Sim, engajados. Aqueles que têm orgulho da empresa e do trabalho que fazem lá, querem continuar, recomendam, sentem-se psicologicamente seguros naquele ambiente e contribuem para que a empresa seja melhor a cada dia.
E então, qual o percentual de pessoas assim aí na sua empresa? Menos de 10%? 30%? 50%?
Se eu me basear nas pesquisas e diagnósticos de engajamento que aplicamos há mais de 15 anos, posso garantir que em uma boa empresa, que faz gestão adequada de seus colaboradores e possui uma cultura que valoriza a contribuição das pessoas, esse percentual deve estar entre 30% e 40%.
O conceito do engajamento amplamente difundido pela maioria dos “gurus” e reproduzido por grande parte do público diz que a pessoa se “engaja” ou com o propósito daquela empresa, ou com os “valores” daquela empresa, e que quanto mais transformador e inspirador for esse propósito, mais as pessoas vão se engajar. Veja alguns exemplos de Propósitos Transformadores Massivos (PTM) de duas grandes empresas:
O Facebook não vende informação consentida dos usuários para que outras empresas vendam produtos mais facilmente. Ele “Torna o mundo mais aberto e conectado e dá a todos o poder de compartilhar qualquer coisa com qualquer um.”
A Microsoft não vende softwares, jogos e soluções de tecnologia, mas “Empodera cada pessoa e cada organização no planeta a atingir mais.“
Evidentemente é assim que as coisas devem ser, mais poéticas, aliviando o coração de quem entrega seu trabalho em uma jornada de 12 horas diárias. Estar ligado a alguma causa maior vai trazer mais sentido para essa relação com a empresa e para outras áreas da vida. Mas olhando mais de perto qualquer desses PTM, vemos que eles são muito mais a ferramenta que norteia os processos internos de tomada de decisão do que algo que um colaborador possa mirar para alinhar os seus anseios e propósitos pessoais.
Quem trabalha seriamente com desenvolvimento de pessoas sabe que colocar fatores críticos de sucesso e realização externamente é um dos caminhos para o brejo. Seus anseios e propósitos são SEUS, e ponto. Duvida?
Então imagine que um colaborador engajado de sua empresa ganhe R$150 milhões na Mega-Sena. Qual a probabilidade dele continuar ai? ZERO! Se ele for engajado mesmo, ele aparece no outro dia, dá um abraço nos amigos, no seu gestor que o ajudou a ser um profissional melhor e vai exercitar o seu propósito por conta própria.
Este exercício de Reductio ad Absurdum nos ajuda a enxergar que o alinhamento de propósitos, como está sendo vendido hoje, parece mais como uma daquelas mentirinhas que a empresa conta para “energizar” (seja lá o que isso quer dizer) suas equipes.
> Conheça algumas ferramentas de gestão de engajamento<
A empresa deve ser um meio para que o colaborador alcance seus objetivos, não um fim. Duvido que qualquer pessoa sã tenha como propósito de vida “Tornar o mundo mais aberto e conectado e dar a todos o poder de compartilhar qualquer coisa com qualquer um”. Nem com R$150 milhões de reais no bolso.
Olhar para o engajamento também sob esse ponto de vista, nos ajuda a pensar em ações mais realistas e concretas de atração, alinhamento, retenção e desenvolvimento dos seus colaboradores.
Grande abraço!
Alvaro Mello
Conheça também o Guia: Automatizando o processo de engajamento de sua equipe.